ANTÓNIO LEITE DE MAGALHÃES
bajudas de mama firme
fonte de toda esta personalidade
onde o “sonho comanda
fonte de toda esta personalidade
onde o “sonho comanda
a vida”
e deixo meus poemas
tão pobres
a estes corpos
lindos
e deixo meus poemas
tão pobres
a estes corpos
lindos
campos de arroz nascente
gazelas deslizando como riachos
LISBOA
Na rua passam autocarros, tiram-se medidas topográficas, novas avenidas,
mais confusão
Automóveis estacionam nos passeios, polícias passam multas
Já suados do calor da seca
Montras convidativas sem clientes
Árvores envelhecem por doença
Os Homens molham-se com aguardente
Elas sacodem as ancas aperaltadas dentro de calças sensuais
As crianças atropelam-nos à saída das escolas
Milhares de pés assustam os pardais debicando nos passeios
E O TEJO OLHA TUDO
PACIENTEMENTE
António Leite De Magalhães
Minha mente constrói legos
Onde ficam pedaços de imagens passadas
Sonhos
Desgostos de amor sim ainda os tinha
Ainda os teria
... Mas tudo cai numa peça mal construída
Já não distingo a realidade dura
Do sonho
Das ninfas mortas de meus poemas
Passo á Galeria dos poetas Mortos
Mas vejo teus olhos sorrirem
Cabelo voando ao sabor da ventoinha
Ah... A alma nua despida amando-se comigo
As fotos os quadros postos em tuas mãos
Até meu futuro
Tudo declinaste esboroando
Minhas alegrias
Fortalezas sorridentes
Agora navego sem as velas de minhas Musas
E este velho barco entra no Ocaso
Na bruma onde já bem fantasmas existem
Mas ainda num excretor deixo uma pedaço dos
guardanapos onde escrevia
Um grito VIVA O AMOR
Carlos Semedo (11-02-2912-91. O8)
E O TEJO OLHA TUDO ATENTAMENTE
E o Tejo olha tudo atentamente
Intelectuais chupam cerveja gelada
Uísque seco bem pedrado com gelo
Poesia engorda nas montras
Das livrarias
Sem compradores e leitores
As promissórias protestam nos Bancos
Nossos patrões
E os cheques mais carecas ainda
Finanças pesquisando chagando devedores
Mas os Banqueiros sorrindo comem dinheiro
OS OPERÁRIOS SALTITAM NAS BICHAS COM FOME
Militares agora civis foram reformados
E o cravo de Abril fechado nas gavetas
O custo de vida sobe vertiginosamente
MAS QUE MERDA A TROIKA NUNCA MAIS
SECA
E O TEJO OLHA TUDO
PACIFICAMENTE
GARGANTAS SECAS
Nas gargantas secas
Dos cidadãos
O desespero do Nada
Absoluto do imprevisto
Das mudanças paradas
O Vazio destas horas
Tecnocratas
Política de terra queimada
Cenário do tudo
Passado a nada
QUE NÃO FOI AMANTE
Muita
Ilusão... VIAGEM DE sonhos FALACIOSOS
Ah… ele amou profundamentenada ficou,
renasce um homem então, perdido
SENHORES TROIKANOS,
Exos
Excelentíssimos
Senhores Troikanos, exos
Massacrem-me nos
subsídios legalmente acordados
Chupem-me o
sangue, o descanso,
Penhorada e
atenciosamente
Roam-me os ossos
Atento e venerador
Devorem-me todos
os direitos adquiridos legalmente
Subscrevo-me
agradecido no fim da Matança regada a
bom vinho
Férias em Palm
Beach
Enterrem-me como
um cão
Mas não deixem de
colocar uma bandeira verde e vermelha,
Suponho
A de PORTUGAL
De V.Exas sem outro assunto
De momento,
O vosso muito
grato
Poeta militante
não” castrado”
LEMBRANÇAS
26 de junho de 1966
Não haverá bodas de prata
Nem taças de champanhe
Nossos filhos
Nem recordarão o ano da prata não sucedido
Nem nos desejarão um longo eterno amor
Não seremos seu exemplo
Mas esquecimento de sua dor
De me ver partir de malas na mão
Ficou por fazer aliança de prata
A oferta de uma rosa flor
Afinal
Por que uma data
Tão vivida e
Já não se vê...
Amor, eterno amor
NELINHA
Nunca pensei ver
Os meus olhos chorar
De amor, saudade
Raiva, desespero
Angústia
Lembrar 59 anos de VIDA
Ver-me de capa e batina
Petiscando os teus olhos
Velinhas
Acesas de esperança
Futuro
Mas nado ainda na minha piscina
Acreditando ainda estar vivo
Boiando em tempos de ninguém
NINGUÉM MESMO NELINHA!
NÉLINHA
Podes viver a tua
Liberdade
Mentiste
Ao aceitar a
partilha
De uma vida a dois
NADA TINHAS DE
BELO PARA ME DAR
Em ti,
aparentemente modesta,
Tudo era vaidade
O culto da
personalidade
Petrificou-te como
A chaga de um
leproso
Realmente mesmo
roto de desespero
Não mereces sequer
Um ramo desta
floresta
De dor
Rebentada em mim
Afinal já
pertencias a outro Mundo
Errei
Dei-te o direito
De te banqueteares
Da sociedade onde
mergulhaste
Não és flor nem
cacto
Mas um vaso de
cimento
Onde só proliferam
raízes
De arvores gigantes
e ocas
Ninhos de corujas
e vampiros
Não servem para
cultivar mal-me-queres
Oeiras-1984
LEMBRANÇAS ETERNAS DE UMA GRANDE MUSA
Um adeus um até já
Não sei...
Só sei que não desejo ser
O que não sou
Mas apenas o que dou
Uma alma
Um é corpo idoso
Um coração cheio
A alma de um poeta
Poeta ou babão?
Seja qual for o sentencioso
Das minhas palavras incertas e por vezes
obscenas
Em tudo há AMOR
Tão louco como um tsunami de mim quando vejo!
Desejo!
Sim... Sim... Sim...
Hoje morro aqui sequioso
Podes descansar minha musa
Já ANTÓNIO não sou sem SEMEDO nem ÉTÓNIO
Apenas um homem SÓ...
A HISTÓRIA PERMANECE
Lá vai a estrela cadente ...
Meteorito sem cauda tão pobre como Job
Nada ficou nem
memória ou nem livros
Nem fardas nem obras...
Talvez, talvez a nespereira
Plantada
Em menino
Na casa da sua avó
A história permanece
Nem lendas nem blogs ficaram
Voaram, voaram, voaram
Ao som
De Chopin… melodia imortal
Meu amor não chores.... O pouco de mim está aí...
Fico aí... EM TI
Papaeira... Mangueira…
TU
AMOR DE MIL FONTES....
Sei, NÃO
Estarei sempre
Na Terra...
DETINHA
...FICAREI
Sem solidão ETERNA com VENTOS
BRISAS
ÀGUAS DE SAL ... MAR
O TEU MAR DE ONDAS MANSAS
TUDO meu, teu, meus versos... Gestos
Se perderão... Em ti
NEM UMA ESTRELA para acenar cadente
LÁ VAI ELE.... COMO SEMPRE... Música… GARGALHADAS
DETINHA
MOINHO DA ASNEIRA
Isso sim... ESTARÁ SEMPRE POR NÓS
AS NINFAS E POEMAS
Vou amar-vos
No silêncio da noite
Nas madrugadas insones
Sem uma palavra…
Apenas o som dos nossos corações
Dos nossos suspiros...
No máximo… dos nossos sussurros
E assim, a noite se fará amanhã
Iluminando tenuemente
Os nossos corpos entrelaçados
As únicas testemunhas
Serão marcas nos nossos lençóis
E a languidez dos nossos corpos
Molhados…
POEMAS OU SONHOS
E é na ausência do teu rosto que não me sei
definir
É nos silêncios e nas meias frases onde não me
encontro
Afinal sou um pica-pau tentando furar
Num tronco de madeira negra
E no estar faz de conta
Surgem gestos pueris
Gota a gota
Dizer e desdizer
Chamar e não ouvir
Um filme mal elaborado de pantomina teatral
Nada nosso
Tudo teu
Sou eu, sou eu, sou eu
Nem Vestida, nem
nua
Apenas disfarçada
Afinal,
afinal É uma relação disfarçada
Por sorrisos pantanosos sem mosquitos
Ou flor de lótus...
SILENCIOSA SEM TÍTULO
Pediste-me amizade
E o nosso diálogo
aberto jorrou
Como se fosse a
tua fonte de água pura
A ansiedade da tua
procura converteu-se num êxtase
Mortalmente
desnudaste
Um belo corpo de
mulher
Amei as tuas
cuequinhas verdes
Tanto feminismo a
tirá-las
Expondo a fonte da
vida ...
Belos seios,
longos dedos
Desceram ao colo
do amor
E comigo, em
comum, ouvindo apenas
As minhas doces
palavras
Provocaste um
orgasmo sofrido
Com cânticos de
amor e prazer
Estendeste a mão e
nos dedos estava o líquido
Do teu orgasmo....
Depois, depois
fugiste
Nunca mais me
disseste presente
Mulher e eu que tinha
tanto para te dizer...
Carlos Semedo
24/08/2011
POSSUIR O TEU
SORRISO
Possuir o teu sorriso
Atirá-lo ao mar
Como mensagem
De amor em garrafa de vidro.
Desejo o orgasmo da tua alma
Não o corpo
Pois esse é fácil de dar
Num momento de solidão
Ver-te gritar de prazer
Balbuciando palavras
Tão simples
Como
Liberdade
Com cheiro a florestas
VIRGENS
Sabor de frutos selvagens
Cajús, bananas, morangos sem chantilly.
Mas não sou alguém mas ninguém
Um talvez
Peregrino sem santuário
Que não seja
O teu sorriso de lua cheia
SONHEI
Estavas nua
Como Afrodite
Eu
Era Neptuno
Entregaste teu
corpo á minhas ondas
E num abraço
profundo
Senti
Gemidos de prazer
Saindo dos nossos
corpos
Em espuma do mar
Passaram golfinhos
Talvez tubarões
Batendo palmas
Risos
Como visitantes
Deste cenário
Nossas personagens
Quedaram em
silêncio
Deixando as ondas
passar...
Sintra 2012-06-26
A NÃO PECADORA
Reza diariamente
Pela Salvação do
Mundo
Virgem
pudico-Vestida
Vestida até aos
pés
Homens só ao longe
Exceto o Senhor
Cura
Que é de confiança
e
Jesus foi solteiro
Inveja os normais
Descalços,
calçados, de polimento nos pés
Inveja também os
casados
Adúlteros, livres
de preconceitos
(e... Mesmo os
pardais
Gatas e cadelas
ciosas fazendo amor nos jardins)
Todavia na noite
fria de seu quarto amacia
Com o indicador um
clitóris desesperado
Agradece a Deus o
orgasmo sem pecado
SINTRA-2012
GRACIOSA
MORENA
SEM TÍTULO
Ela morena de shorts pintava;
Eu no PC escrevia a sinfonia daquela imagem
Uma cama
Um cavalete
Sapatos arrumados
Ao fundo, o fogão do almoço
Tudo paz!
Tudo amor
Fantasia
Realidade
Misticismo
... Mesmo nas janelas
Com periquitos coloridos passeando
E o orgasmo transformou-se em artes
Nascida dos sentimentos dos nossos corpos
Em ondas suaves como água dum ribeiro manso.
--
PINTORA
De janela fechada,
Cortinados densos e restos de madruga
Lavando os dentes, apressada
Sem deixar um recado no meu lençol
AMO-TE!
Nem amante, nem namorada, nem companheira
Só um sorriso de piedade
Vapores de “deixa p’ra lá...”
Nada me deu,
Nem mesmo um piedoso orgasmo
Esse saiu como a lava de um vulcão
Desceu encosta abaixo e se perdeu.
REGI
Como desejo
Possuir teu
sorriso
Atirá-lo ao mar
Como mensagem
De amor em garafa
de vidro.
Como desejo o
orgasmo de tua alma
Não corpo
Pois esse é fácil
De dar
Num momento de
solidão.
Ver-te gritar de
prazer
Balbuciando
palavras
Tão simples
Como
Liberdade
Com cheiro
de florestas virgens
Sabor de
frutos selvagens
Cajus, bananas,
morangos sem chantilily.
Não sou alguem mas
ninguem
Um talvez
peregrino sem santuário que não seja
Teu sorriso de lua
cheia
VENDAVAL
Este vendaval bramindo no meu corpo... Esta noite despida
E este fogo lento que me envolve... E esta cama de espinhos
E estes lençóis tecidos de amargura... E esta morte em vida...
E este abismo sem luz por onde vagueio... Estes caminhos
E este silencio que faz magoa... E as palavras rasgadas
E esta sombra que me anoitece o olhar... E o peso do vazio
E este sal que me corre nas veias... As lagrimas sufocadas
E estes braços sem mim... Estas mãos sem nada... Este frio...
E este céu negro que me envolve... Este coração amordaçado
E esta madrugada que dói... Queima-me e entristece
E esta ânsia de ser... Este desejo de querer... E este triste fado
E esta vida que não passa... E esta noite que não amanhece
E este desejo que incendeia meu corpo... E me
fere a alma
E este amor de carne... Este vestido de
vento... Este mar bravio
E esta mulher... Voando nas asas de um condor
na noite calma
E esta cama feita de restos... Estas rosas secas...
Este corpo frio
E este vento que leva... Anunciando a
tempestades
E esta vida que gostei... E este tempo que me
queima
E este rosto que murmura... Os ecos de uma
saudade
E este sorriso inventado... E esta dor que em
mim teima
E a negrura da noite... As dores... As
flores... Este cansaço
E esta dança fúnebre... Dolente... Onde
vagueio sem chegar
E estas sombras da noite... Que o abraço onde
me enlaço
E esta lagrima que corre por dentro de mim...
E este mar
BAIRRO SEM VIDA
Na minha rua não
tenho
Mesas quadradas
nem Pastelarias
Para escrever nos
guardanapos os meus poemas
Gente de roupas
coloridas com quem conversar
Nem a gosma de um
diário para ler
Apenas prédios
mumificados
Dormitórios que
nem a Serra de Sintra consegue arejar
Nem saudade nem
amor
Só automóveis e
motas a circular
Ninguém aparece à
janela para
Coscuvilhar,
apanhar Sol ou luar
Aqui revejo-me no
Jardim da Parada encontrando-me
Em cada banco de
madeira
O Joaquim do
jornal, o urinol
O parque infantil
onde reboludas mamãs riam com
As crianças
Aí
Em cada ponto há
Um pedaço de mim
Vivo.
VIOLONCELO
Nas cordas de um violoncelo balanço o meu espirito
Em ondas de mar morto
Como se dançasse o Lago dos Cisnes
e
Morresse batendo asas caindo
Aos pés, os teus pés
Onde mergulho
Sem saber o que vou encontrar
No fundo deste mar parado
Se o teu corpo desfeito
Se a saudade dele, perfeito,
Vitalizado com luzes de velas
Em altar sagrado
E de novo os timbales me chamam
Rodopio sobre os meus joelhos
Doridos de rezas, preces, baladas, canções
Notas, frases perdidas, ditas em muitas
Ilusões, visões
Me deixo agora transportar no som dum Villa Lobos
Rumo onde o som seja real
Como o teu sorriso de Deusa
Esperança de novos bailados, locais, igrejas
Rios, pontes, tornados, mas tudo, tudo novo .
Sem ti nem passado.
VEJO-TE
Eu dormiria nos teus braços
Como uma garça nas nuvens azuis
No mesmo tom das estrelas cadentes
Sonhando ainda existires realmente
No ar que respiro
No espaço onde vivo
Sem ti sem os teus abraços
Sem os nossos orgasmos
Sou barqueiro fantasma
Remando, remando em direção
À bruma
Onde vejo
O teu rosto de AUSÊNCIA
Sem mim
Meu amor, meu amor
NUNCA MAIS TE VEJO.
TALVEZ UM DIA EM REAL, MEU AMOR VIRTUAL
Não... Nada mais lindo do que estar a pegar na tua mão,
Beijando os teus seios, sussurrando na tua vagina.
Nada mais lindo , sentir a tua boca
Buscando-me
Como fonte de água pura
Bebendo o sumo da Vida.
Nada mais doce
Dois corpos gemendo
Num orgasmo de amor
Na tua cama de lençóis brancos
Onde as marcas ficam
Como gotas de esperança.
Isto não é real
Pois ficas tão longe de mim
Tão perto também
Do sexo ardente só
De pensar nas minhas palavras
Mesmo sem ouvir os teus ais
Vozes de pombas brancas
Atravessando o Oceano
Que nos separa.
JANTANDO
SOLIDÃO
SEM TÍTULO
Vou jantar com a solidão nos olhos
O desejo entre as pernas
A saudade na banheira
Os talheres feitos de lua
Os copos de sol
O guardanapo, o meu guardanapo cor-de-rosa
Sento-me com a família
Não falamos
Apenas o barulho dos pratos
Outrora cheios
De prazer grátis
Pois era tudo meu, nosso pago com o dinheiro
Suor do meu rosto
Hoje sabendo a esmolas
Mas muito grato a Deus
Hoje disseram-me “amo-te”
Mas ontem selaram o teu PC
Ontem nada recebi senão saliva, palavreado
Nem um sumo de maracujá ou goiaba ou
Um orgasmo sentido, suado, mesmo
virtualmente
Vivo aqui frente do PC mas há um MAR MORTO
Entre mim e o meu futuro, a minha alma e meu DESEJO.
Hoje sou EU mesmo eu, velho e sem cordas ou piano ou trompetes
Ruído de espasmos de lágrimas ou de mãos para acariciar
O meu som, o meu som é uma vagido nem me oiço, só me vejo e me delicio
Submetido a esta ausência de mim e de ti.
SINTRA - 2012
LUÍS VAZ DE CAMÕES
É considerado o maior poeta Português,
Situando-se entre o Classicismo e o Maneirismo
De ti só nos deram indigestões
Mas a tua sensibilidade, revolta de cantor bandeirante
Da pureza lusitana e do amor,
Ficaram ocultas,
Deturpadas sem o mínimo pudor
Sai da campa e dos monumentos,
Junta-te a Bocage, Antero de Quental,
Dá o braço ao Ary dos Santos e José Régio,
Traz também o Gomes Ferreira
Todos os mortos lusitanos.
E JUNTOS DESMASCAREM
ESTE DEMOCRÁTICO PORTUGAL.
MINHAS IRMÃS
Putas prostituídas
Olá, estou aqui na praça
De braços abertos
Aqui me tendes!
GRITO BEM ALTO
PRECISO DE VÓS
DO MEL AMARGO
DE VOSSOS CORPOS
AH!
MERDA PARA AS CONVICÇÕES
Enterrem o meu sexo
Envergonhado
Em vossas vaginas apodrecidas
Pelo ódio, desespero, amargura
PRECISO DESSE AMOR
MINHAS IRMÃS!
FORNICA
GULOSAMENTE
COM O TEU NOVO
HOMEM
Homem
De pénis grande e grosso
Leve como a gazela
Mas ... Tão podero
como tu
Vai e vive em paz,
Com lábios e
vagina
Húmidos de semem
arrogante
Goza bem essa
liberdade de arame farpado com forma de abutre
E asas negras
Comeste-me a carne
Deixáste-me os
ossos
Vou enterrá-los em
solo fresco onde a sombra da tua poluição
Não enferme as
pombas brancas do meu beiral
Pode ser... Sim...
Pode ser
Que renasçam
espigas de trigo rei
Ou um
CHARCO
Hoje
Não penso
sou apenas existo
Logo medito
Porquê?
Há uma imensa
planície no meu espírito repleto de luz
Imagens
sombras
Apenas saídas do
delírio onde vegeto
Há nada senão
Existir
Sequei
Charco
Onde nem mosquitos
desovam
POSTAL
Fornica
Gulosamente
Com o teu novo homem
De pênis grande e grosso
Leve como a gazela
Mas... Tão poderoso como tu
Vai e vive em paz,
Com lábios e vagina
Úmidos, de sêmen arrogante
Goza bem essa liberdade de arame farpado em forma de abutre
E assas negras
Comeste-me a carne
Deixaste-me os
ossos
Vou enterrá-los em solo fresco onde a sombra da tua poluição
Não enferme as pombas brancas do meu beiral
Pode ser… Sim… Pode ser
Que renasçam espigas do trigo rei
Ou um charco onde nem os mosquitos desovem
POSTAL (1/2)
Vais de férias em turismo de luxo
Leva
Meus sapatos rotos
Calças velhas
Na tua mala burguesa
Mete este postal poema
As palavras serão heras nos teus
Mamilos ventre
(e folhas cor sorrisos de amargura)
Ouve-me nelas gritos deste corpo
Sentado no cais de embarque
E minhas magoas azedas
Serão vossas mãos
Quando as passares
Nas ancas
BELAS COMO GIRASSOIS e
Teus orgasmos tiverem a cor
Da minha frustração
Postal (2/2)
Porém
No saco da praia
No creme bronzeador
E momentos de solidão
Sem nossos diálogos
Momentos da evasão
Como pássaros de asas cortadas
Carlos Semedo
Como poeta
Num espaço de anos de sol
Vai
Remete sentimento de mentira
Êxtases de amor
Espetadas mistas
Cheias de sabor, mas sem carne
Nem cheiro
Entra no paquete do egocentrismo
Delicia-te com palavras
Batatas fritas
Ou pizzas coloridas com rodelas de limão
O teu cavalheiro agora saca uma carteira repleta
De notas chorudas
Pagará tuas bebidas
Mas nunca pagara meu AMOR.
HOJE
Hoje
Não penso, sou, apenas existo
Logo medito
Porquê?
Há uma imensa planície no meu espírito repleto de luz
Imagens… sombras
Apenas saídas do delírio onde vegeto
Não há nada senão
existir
Sequei
Charco
Onde nem mosquitos desovam.
SORRIR
Porque são raios solares
E a primavera sem sol
É inverno! Sorrir!
Pois de semblante carregado
Murcham os amores perfeitos
Sorrir
Regi, A vida é
Esperança e amanhã em ti!
MINHA NETA...
Sim és meu anjo da guarda
Ainda e enquanto esse teu sorriso forem os da
ternura de uma criança Sorrir
Porque são raios solares
E a primavera sem sol
É inverno Sorrir
Pois de semblante carregado
Murcham os amores perfeitos
Sorri r
Regi sorrir
A vida é
Esperança e amanhã em ti
Nascida do sêmen de um filho, filho nascido no
meu sêmen
Ambos colocados nos ventres de vossas Mães
Sorriso meu
Sorriso meu
Vem até mim
POEMA DE MIM HOJE
Cabelos raros e brancos
careca
Dentes partidos
deficiente com bengala
Reformado e mal pago
Poema de mim
a meia-luz
Cabeça, caixa de recordações
( ainda me lembro de passarmos de mãos dadas
Canções em orfeões, teatro juvenil sem recordações
militante constante desde 1974)
Poema de mim hoje
Mais racional
Sem gás
Mordaz
Amargo
Assim cheguei aqui
poema de mim, hoje.
ERMITA
Atravessei
Um deserto
Fui ermita voluntário
Hoje,
Bebo sofregamente
Cada gota da tua presença
És também areia
Sinto os grãos colarem
Um a um,
Serão rocha granitada
Pelo meu cimento
Somos duas raposas do deserto
Mas brevemente,
Brevemente voaremos
Tão alto…
Como dois rabos de junco
Num ballet nupcial.
NOITE FRIA SEM TÍTUL
Numa calçada de Lisboa
Sob chuva mole, peganhenta
Noite fria, ali me senti parir
Na calçada vizinha sob temporal igual
Ao meu
Os vultos chupavam-se
Freneticamente
Ahhh... meus irmãos amai-vos uns
Aos outros
Humildes e bons
Pensei,
Balbuciei mas, mas... A minha voz
Perdeu-se nas gotas da chuva
Ou na Antarctica
Pois... Caiam bombas no Iraque matando sem piedade
Por ninguém... Amai-vos uns aos outros mesmo debaixo de fogo traiçoeiro,
desumano, fratricida
Aqui mais chuva, menos autocarros, mais convulsões
Senão mesmo orgasmos uivados de amor
DADINHA
Os mesmos olhos verdes
Esmeraldas
Os mesmos lábios
Cor do fogo
A mesma imagem
Crioula do Tarrafa
O teu corpo desfaz-se
Como asas de borboletas
Nas mãos criminosas
De uma criança inocente...
E assim voaste para o céu, numa nau de sonhos
De cantos,
Deixando uma névoa de saudade em todos nós
Aqui deixo, a minha flor…
“NEGA”
...Fixei-me em ti
Como o pionés na cortiça
Esta imagem rejubila em noites de angústia
Mal consigo andar sem sentir o calor do teu sorriso de água fresca
Nascente de ti como ramos de nenúfares enrolando o teu corpo numa viagem
onírica
Até ao meu universo decadente
Apenas,
Apenas
Procurando as asas coloridas onde as recordações já são cinza
Pintadas no cérebro delirante do poeta (?)
NOS COQUEIROS DO TEU JARDIM
Do teu jardim
O adeus das palmeiras… para mim
E essa areia onde
Descansa um corpo lindo
De mulher
E neste esperar assim
De ti, nem óculos nem sorrisos brejeiros
Me chegaram abrindo garota de Fortaleza
Ao por do sol domingueiro, alaranjado que dei meus versos
Para escrever visões
Onde já não faço castelos
Nem brinco com meus irmãos
Nem me transo de ti…
Ou sim… Tão louco
Como pássaro louco sem ramos
Onde
Cantar… Aqui!
NVEGAR
A flor vermelha cor da carne
Dos teus lábios
Percorrendo o meu peito, bebendo o néctar da Vida
Deste corpo obeso
O serpentear da minha língua sibilina no teu ventre, fonte do Natal
O esvoaçar dos teus dedos como abelhas procurando mel em papoilas
vermelhas
(O MEU SEXO ÁVIDO DE VERDADE)
Um orgasmo como o parto numa Mulher Virgem
O Estar em êxtase num leito morno
De infidelidade fiel
Marcaram em Mim a certeza de teres sido Realidade de um dia de Amor
Com o corpo de fantasma, musa
Desta Vida desesperada sem ti...
E tão ligeira entraste no jogo
Tão ligeira saíste num Adeus
Sabendo a eternidade…
ARISCA
Arisca cota bem viajada, corpo de fada
Rezingona mas serena
Viajada, corpo de fada
O teu sorriso me diz gostar de amar
Sem se incomodar
Não passa uma noite em cama alheia
“Amo intensamente
Mas me visto
Limpo os meus lábios
Saio e voo
“P’ra minha cama”
Onde a esperam os lençóis
Limpos com anti-pecado
Na praia se esbelta
Procurando nas ondas jovens para nadar
Amar em cada braçada
Para ser amada
Solitária por autoflagelação
Dentro dela, mesmo fria
Bate um coração
Iria para um arrozal passear contigo
Sem canoa de retorno
Faríamos amor junto ao lodo
Onde a semente cai e levanta-se em flor.
OS MEUS POEMAS SECOS VIRTUAIS
Se o dia tivesse
nascido cinza
Pedia o Sol
Se fosse Inverno
Desejava a
Primavera
Mal ouvissem as
folhas amarelecidas tombarem
Nos jardins
Chamava o Inverno
Eterno descontente
Isto me deu
ilógica
Irracionalismo
Viajo entre o ser
e o não ter
Mal uma centelha
se ilumina num rosto
Trigueiro
Os meus olhos
concebem palavras
A defini-lo
Sentimentos a defini-lo
Ahhh vivo aqui no
PC a escrever
Tentando ver luzes
No Horizonte
Fatias douradas de
pão
Para saciar a
minha nostalgia perturbada...
O tempo corre
contra mim
Sinto as mãos
vazias,
Secas,
Um deserto em
construção
Loucamente AMO
Sem saber quem
Por onde vou
Nem quem me deseja
Sou o Fantasma do
poema romântico
O Cavaleiro das
palavras perdidas,
Sem valor
Sancho Pança ou
Dom Quixote?
Sentado, rabo dorido
Frases sensaboronas
mas
É o hálito do
desalento NA SOMBRA DE TÍ.
TU
Morena
Ligeira
Sorridente
Simplesmente bela
Meiga
Sensível
Manhosa
Simplesmente
criança
Arisca e coquette
tal como uma lua de Verão
Ou
Nuvem fugitiva do
Sol
Sob um céu azul
Simplesmente
MULHER
Encanta quando
olha
Chora quando ama
Sofre por quem
sofre
Humano ou animal
Simplesmente
HUMANA
Assim percorre dia
a dia os caminhos
Da rua vazios de
ternura
Simplesmente simples
Sintra-2012
UM DIA NA PRAIA DE
CARCAVELOS
Areiazz
Mar
Céu azul
Sol quente muito
quente
Ondas
Bikinis
Fatos de banho
Muitos corpos
bonitos
Homens, garrafões
,sardinhas
Vinho ,pão
Muito vinho
Vendilhões
Sorvetes
Vagabundos
Muitos vagabundos
Crianças
Castelos
Medo choro
Muito choro
Grupos
Muitos grupos
Mulheres
Almoços
Marmitas
Muitas marmitas
Corpos cansados
Perguiçam na areia
Mar
Sol rubro e poente
Brisa leve
Poeira
Pés descalços
Muitos pés
Praia das
multidões
Lixo muito lixo
Raios de lua
Dançando
Na areia pisada
Mar descansando
Brinca nas
esculturas abandonadas
Em vagas cantantes
Dum oceano
nocturno
Um copo abandonado
Conversa
Solilóquio
No tampo de uma
mesa
Pousando
Para a fotografia
da poetisa passeante.
RECADO DA LINA
Teu nome Lina
Posto num papel de
recado
Colocado na
seceretária onde vegeto
Foi um clarão
De esperança nesta
velha carcaça
Humana
Voltei a ser quse
criança de 16 anos
Calças de golf
camisa de caqui
REGRESSANDO
Aos teus olhos
Meigos
E parou aí a roda
da vida
Sonho-me ainda
jovem
De botas cardadas
Ufano
Com esperança de
ser novamente
O Sol de seus
olhos
Ah miuda pintora
se pudessemos embirrar novamente com jogos infantis
A morte estaria
mais longe!
Estes meus cabelos
brancos sem presente nem futuro
Marcam a Realidade
ao despertar da leitura do bilhete.
Apenas... Estou tão tão inocente
Como no dia em que
conheci o AMOR contigo
LISBOA-1983
RELATÓRIO
Ainda não
conseguimos
Conversar abertamente
Tataeando apenas
situações
Num esvoaçar
De padalitos
assustados
Eu na minha
ansiedade
Sde te sentir
Fisicamente
Numa realidade
Deixo fugir-te
entre dedos
Tentei descobrir
A tua realidade
Ler o raciocino
Traduzi-lo
egoistamente
Como se fosses
propriedade
Como se ela me
pertencesse
Desde sempre
Sem senões
No passado
De dedos
entrelaçados
No banco do jardim
Com verdade
condicinada
Mas existiamos só
os dois
Paro aqui o
relatório...
Tinhamos tudo dois
corações singelos
Um ramo de flores
Não vale a pena
recordar
Deixo o ópio da
mentira
Alucinar minha
razão,
Sigamos seprados
mão sem mão
Lisboa-1983
JOVEM FIRME
És
o Sol brilhante
(longe
do poente)
A
vida salta em ti
Em
cada atitudde
Desinibida
Orvalho
da madrugada
Galga-te
as veias
Rumo
às flores dos olhos
AMA VIVE
CAMINHA
Dá
tua seiva
Aos
mendigos do Amor
Pois ainda
És
Futuro ... Esperança
Acredita
Luta
Vence
Existir
não é estar imóvel
Acreditando
ter já florido
Essas
flores surgirte-ão nos lábios
Cor
de sangue
Sabendo
a cerejas maduras do Verão
Prazer eterno da Verdade
Sintra
2012
MULHER VITÓRIA
Mulher
Marcada no corpo
E na intelência
Pela violência
machista
Despreso pela
condição de Mãe solteira
(Heroinas de punho
erguido)
Tu
Que de bom só
conheces
O mau lado da vida
Lutando pela
vitória daquela
Submetida em
casa... No emprego...na estrada
VENCERÁS
E TODAS ... TODAS
AS MULHERES
SERÃO UM CANTEIRO
FLORIDO
PELA IGUALDADE E
JUSTIÇA
AS Mães de todos os Homens
Serão não um fado
sentido mas sim...uma Canção de Glória
SINTRA-2012
DEDICADO Á DETINHA
INO DE ALEGRIA
Em frente
Mesmo com
Meio século
Nas mãos.
Canta a vida
Alegria de estar
Ainda bulindo
Marrando nas
paredes
Do Conformismo.
O Futuro renasce
Dos teus movimentos
Machadando
À inércia
O medo
Da incapacidade
RENASCE!
TODAS AS
MADRUGADAS SÃO PROMESSAS
Canta
CANTA
Sintra 2012
CARLOS SEMEDO DIZ DONATA
Meus olhos sobem-te como raios da lua cheia
Nos ventre dos mangais no poisar das andorinhas
Em ramos de árvores com a cor de teus olhos
desejo fingir não distância
desejo fingir não distância
Cor de prata de
azul eterno do luar
Há mãos de palmeiras bailando para me abanar
Olho-te e desejo o sabor dos teus rebuçados
peitos alados em teu corpo de luar
Junta as palavras é o meu poema de hoje
Há mãos de palmeiras bailando para me abanar
Olho-te e desejo o sabor dos teus rebuçados
peitos alados em teu corpo de luar
Junta as palavras é o meu poema de hoje
24-05-2012
BALLET DE UM SONHO
Atravessei
Um deserto
Fui ermita voluntário
Hoje
Bebo sofregamente
Cada gota da tua presença
És também areia
Sinto os grãos colarem
Um a um
Serão rocha granitada
Pelo meu cimento
Somos duas raposas do deserto
Mas brevemente
Brevemente voaremos
Tão alto
Como duas águias
Num ballet nupcial
O DISTANTE MAR
Meus lábios nunca serão
Fisicamente os teus
Onde aquecerias
Os glaciares da tua solidão
Não há cais entre nós
Tu o Mar eu batel imobilizado rumo
Ao praia mar
Entre nós poderia haver
O manto do ridiculo mas não do
Impossivel
Contudo és mortal terrena
Racional
Vejo-te dia a dia
Pisando sensivelmente
Os lençóis reais de tua cama
E daí não sairás
NÃO ACEITAS OS VENTOS DA MUDANÇA
SENXUALIDADE
Nada mais sensual
E apetitoso que
Olhar teu peito jovem
Saltitando
Numa saudação de convite
A ser amante no rego emergente
Dessa blusa florida repleta de
arco iris
Sinto-me vulcão
Lava descendo teu ventre
Abrindo pernas de mrfim
Um rito de ballet russo
E nesse movimento de prazer
E arte,
Envolves-me num orgasmo
Nascente de água potável
És um girassol amadurecido
Abrindo numa tarde quente
No corpo quente
Deste Ocaso que já sou.
TALVEZ UM DIA EM REAL MEU AMOR VIRTUAL
Não... Nada mais lindo que estar pegando tua mão,
Beijando teus seios, sussurando na tua vagina .
Nada mais lindo sentir tua boca
Me buscando
Como fonte de àgua pura
Bebendo o sumo da Vida.
Nada mais doce
Dois corpos gemendo
Num orgasmo de amor
Na tua cama de lençois brancos
Onde as marcas ficam
Como gotas de esperança.
Isto não é real
Pois ficas tão longe de mim
Tão perto também
Do sexo ardente só
De pensar minhas palavras
Mesmo sem ouvir os teus ais
Vozes de pombas brancas
Atravessando o Oceano
Que nos separa.
IMAGEM VIVAS
Na infinidade
Da procura
Encontramos o
vazio
Das ilusões
Na onda alterosa
Das ambições
Ou sonhos
Achamos apenas
O desnorte
Uma jovem
procurava
Qualquer coisa
Fixando o olhar na
janela do autocarro
Na rua onde
diariamente vagueia
Senti-me
acompanhado
Na solitária
pesquisa
E posição de
passageiro
Dois corpos numa
só tentativa
De disfarçar a
sua Solidão
2012-06-23
UM SIMPLES HOMEM
Aquele homem
simples
Simplesmente
vestido
Simplesmente
calçado
Simplesmente
HUMANO
Atravessou a rua
Olhando os não
simples
Os bem calçados
Os mal Humanos
Os carros passavam
Velozmente diante
de si
Um cão vádio,
vagabundo
Ou simplesmente
Um cão simples de
cauda levantada
Desafiou os
humanos ao volante
Atravessando a rua
que era sua
Porque dele só
tinha a rua
Um condutor
complicadamente fardado
Embateu nele
Ficando inerte
No alcatrão
Onde simplesmente
aguardava
Entrar no paraiso
dos animais
E o homem simples
Num gesto simples
de amor
Pegou nele recebeu
seu sangue
Estertor e o adeus latido
Colocou-o no
relvado do jardim da Praça de Espanha
O trafego não
parou
E o homem simples
Simplesmente vestido
Sentiu-se menos só
Olhando, sentado, a
despedida do cão.
MERCÊS
Oh mulher
que não queres ser
Possuida pelos
raios de sol
Saidos de
meus dedos de fogo com
Poemas escaldantes
de ternura
Como fontes
de água termal
Mesmo
assim nada bebes . Apenas vês e me
contemplas
Como um
cisne num lago de àguas escuras
Numa expressão
de fim da dança
Redopias
bates os braços
Como asas
Saindo da
cena apenas para comer
Um
chocolate
2012-06-20
CARLOS
SEMEDO
Queda do
muro de
MIM
Não há
flor
Nem fruto
Junto ao
muro de Mim
Caído
Hoje …
sem clarim
Nem
Televisão. Que importa mais
O assim
ou o Senão na negativa
Com cor
da minha construção falaciosa
Fabricada
Com
factos apenas virtuais
Palavras
como balões lançados
Por mãos
brancas virginais
Ansiosas
de ilusões magia fantasiada
Actos
apaixonados Mentiras Verdade
Oxigénio
de corpo suado
Sexo doce
amargurado por voz
De mel
abençoado… O muro ruiu… Eu Pó.
Regressei
ao piso molhado da minha rua inclinada
Em
Lisboa…. Tejo Onde está o coqueiro a floresta abrigando sonhos bailarinas do
lago dos cisnes…
Fiquei na
forma de retrato subindo lentamente …
BAIXOU O
CORTINADO FICO SÓ NO PALCO…
Carlos
Semedo 2009
DEDICATÓRIA
Dedico meus poemas
À Mulher
portuguesa
Lutadora
Dia a dia
governando a casa, estudando,amando
Dedico também
Aos que combatem a
mentira politica falsas promessas
Aos militantes
contra a fome e a guerra, a ditadura
Dedico ao 25 de
Abril e seus capitães
Ao povo humilde
sedento esfomeado de democracia e Liberdade
Dedico aos
inconformitas com os novos ventos da História
Dos Euros dos
Dolares , Bancos e Juros
Esse povo dançou
na rua
Numa lição de
generosidade
Alegria de um
escravo Libertado
E os dedico
Também a minha Mãe
E irmãos por lições de Amor recebido
A todos
entrego minha Vida fútil
Deixando poemas
pobres
Totalmente vossos
Pois são palavras
de vivência, luta e prazer
Em cada palavra
estou e sou o Pai o Filho o Camarada
É a uma Voz
confiante Revolucionária Amante
Vento, lufada de
ar fresco numa madrugade desse Abril.
Sintra 2012
HOJE-CANTO
REFORMADO
Tão distante
Longe dos sonhos
postado apenas na cadeira
Rotativa de costa
alta com braços
Olho as letras do
teclado
Deixando as mãos
pensar por mim
Serem apenas
correntes do cerebro
Oiço música,
serena-me e sinto sede bebo àgua
Como bolachas
espalmadas e leves,
E levo-me bailando
meu corpo idoso ao ritmo
Sentindo
apenas juventude sabendo a sim
Ter 73 anos cheios
de vicios
Jogos e ancas
Orgasmos sentidos
Sonhos realizados
como conhecer Madrid
Barcelona e Paris
Curtindo cerveja
bavara em Colónia
Onde adorei Deus
na Catedral
Que me levou ao
Céu em extase.
Lembrando Gohte
E o rio Azul
Do Danúbio não
dançado
Ou e também as
cigarras africanas ou e também
Os grilos
alentejanos
Ou as aguias
transmontanas ou e
A fateixa na telha
ribatejanaou e
O vinho branco das Areias de Almeirim
Como agradeço a
Deus estes azulejos de cor e sabores
Somento arroto no
País
Que me REFORMOU
Nesta solidão de
ausência.
2002-20-06-Sintra
CALEIDOCÓPIO
A SINCERIDADE
ALEGRA-ME
EMBEBEDA-ME
MONGE SOLITÁRIO
DE IDEAIS
SEM DEFINIÇÃO
AFIRMO SER UM CICLISTA
NUNCA PEDALEI...
MAS A VERDADE ALEGRA-ME
SADISMO
AGRADA-ME RIR
SUJAR OS PÉS NA LAMA
VOU PROCURAR O MUNDO
NUMA RUA MOLHADA
E GRITAR
ACHEMMMMMM-ME
Arrro de enjoado poe este vómito
E olho a noite
Procurando
Minha estrela polar
HORA DE BAINHA
TERRA DE BISSAU
ADEUS... TU FICAS
A Guiné fica
carpindo
No Geba
Mulata sem
carapinha
És filha de negra
bonita e branco
Ou tornado de duas
estradas
Germinando numa só
Irmão comendo
mancarra
Na porta da
tabanca
És apenas uma
tosca fotografia
Ou gazela de mato
procurando
A Indepêndencia?
Aceitem este meu
adeus sem regresso
É poeta que vai de
vez unicamente estando em ti
Nas palavras das
Mulheres Grandes
Adeus
Minha Guiné
ensanguentada pela Liberdade
Comnquistada pelo
ódio e sonho
Minha Guiné ficas
carpindo mágoas
No rio e bolanhas,
acreditando em TI
Bissau 1964
BAQUE BAQUE DO
PILÃO
Garças branças
Andorinhas
coloridas
Jagudis negros
Verdura húmida
Terra vermelha
Sol ruivo
Poentes
alaranjados
Bajudas de peito
nú
Mama firamada
Pescadores de
tanga
Volteiam redes ao ritmo
Dos pilões
Valsa de esforço
E do trabalho
Ritmado nos
músculos
Nos peitos
Das miudas
Depreocupadas
Baque baque baque
valsa
Africana pisando
estradas
Onde pedra e lama
Se entrelaçam
amantes-
BISSAU-1964
METRÓPOLE
Confusão
Gritos
Milhares de pés
Berraria nos
bairros
(Não são tabancas
não)
Anuncios murais
Crroças vendilhões
Turbulência... Policia
agressiva
( não são negros
nem tabancas não)
Prédios altos, arranha-céus
Autocarros
bufantes
Fábricas
fumarentas poluentes
Sol cinzento
TUDO
VEJO À PORTA DO CAFÉ ONDE VEGETO
( e eu gosto da
solidão das florestas virgens das minhas tabancas e arrozais)
Lisboa-1972
CRIANÇAS NEGRAS
MEUS IRMÃOS
Cores negras são
fumos
Cinzentos confusos
como
Sóis nublados
Dos tornados
Rios cheios
Marés altas voam
como
Gazelas correndo
no mato
Olhos lindos de
crianças!
Bolanhas
Estagmadas
Tempestades
turbulentas abatem poilões
Em cores difusas
Lágrimas, risos de
prata, batucadas em noite de luar
Choros, noivas,
chabéu vinho em garrafões
Ou grog de irmão
caboverdeano
Céu azul
descoberto em cores verde azuladas
Aguas com sangue
mas sabendo a mel
A POESIA
DOSCONSTRASTES:
O CINZENTO É BRANCO COM NEGRO ÀS COSTAS
E ESTA SINFONIA
VEM DOS CEUS
Bedanda( Guiné
Bissau) 1962
ABOMINÁVEL RELOGIARIA
As coisas vulgares
Da existência vulgar
Simbolo da vulgaridade
Singular
Diariamente marcada
Nos mostradores automáticos
Dos relógios
Assustam...
Porque a repetição
Das bases repetidas
De factos repetidos
Sincrinisadamente
Por séculos ... Sem fim
Matam
Esgotam
Somos bonecos articulados
Por articulaçõa
Continuas
Matemáticamente iguais
Enfim
Enquanto tiver poesia dentro de mim
Criando imagens iversas à Repetição
Serei ...EU ...Unicamente
Mansoa-1964( Guiné Bissau)
TEU ESTAR
Seguro
Nas frases de amor
Por mim
O fresco batendo nos cabelos ao fim do dia
Ou na madrugada
O sorriso de borboleta encantada poisando em meus olhos
Cura deste desespero de sentir-me no sol
Dos teus dedos suaves
Procurando meu rosto momentos tão reais
Como retratos
Concluem minhas angustias diárias
Abafadas por tudo que a tua simplicdade
Transforma em sonhos de amor....
Sintra 16.09.2011
PARAGEM DE AUTOCARRO
Numa calçada de
Lisboa
Sob chuva mole peganhenta
Noite fria ali
senti-me parir
Na calçada
vizinha sob temporal igual ao meu dois
vultos chupavam-se
Frenéticanente
Ahhh...meus irmãos
amai-vos un aos outros
Humildes e bons
Pensei
Balbuciei mas,
mas...minha voz
Perdeu-se nas
gotas da chuva
Ou na antárdida
Pois ... Caiam bombas
no Iraque matando sem piedade
Por ninguém...amai-vos
uns aos outros mesmo debaixo de fogo traiçoeiro
deshumano fraticida
Aqui mais chuva
menos autocarro mais convulsões
Senão mesmo
orgasmos uivados de amor
E nesta estrutura
psicológica me abandono no estofo do autocarro rumo ao quarto onde vegeto e
arroto estorfes sedentas ansiosas
Os namorados
ficarão sós na luz do amor fora do quadro real das ruas existentes
pejadas de gentes devorando-se
Mutuamente mesmo
sem estilhaços
Levando na
lancheira o desespero de um dia de trabalho frustante
AH! MINHA MÃO CHEIRA A MEL DE REBUÇADO
Lambido pelo buraco da luva
A NOITE É NOITE A SOLIDÃO É SOLIDÃO
Paciência..
Enquanto existirem poetas
Muitas palavras escritas
Mesmo em pedaços de papel molhado
Serão filhas
Da noite
Da solidão
SINTRA 2012
ANSIEDADE
Visto fato
De corte adequado
Gravata moderna
Camisa de seda
sintética
Assenta impecavelmente
Sou peça
Sombria
Desta Europa
Moribunda
Patética
MINHA ÁFRICA
DISTANTE
A saudade faz-me
louco
QUERO SER
ESBORRACHADO
PELAS PATAS DE UM
ELEFANTE
Meus restos
ficarão para
O jagudi
espectante
Na tabanca onde
nasci.
Sintra-2012
SONHO
Um adormecer influênciado pelo comprimido analgésico
Prostrou-me junto de ti num sonho glorioso
Onde cantávamos ternura gestos de sexo
Amado com teu calor entrando em mim
Como caldo verde ou sopa de marisco
Com algas rodeado de estramhos
Indiferentes às suas análises
Aderimos corpo a
corpo numa bailado
De ternura eternamente doce
Acordei, estranho, negando sair do sono
Para não te perder
Nesse instante
para sempre
SINTRA 2012-06-24
AMOR SEM LIMITE
Eu não consigo entender
Porque te amo tanto
Nunca te vi,
Senão fugazmente
Como um relâmpago caindo no topo
de uma arvore
ONDA DE SURF
Amo-te de forma imensa
Corpo alma diferenças idades
Eu amo-te de forma louca
Apaixonada sensual
Pois cada sorriso
Julgo raios de sol na minha
tristeza permanente
Amo-te e desejo-te por volúpias
saídas de mim
Correrias loucas
Num peito que nuca agarrei, nuns
lábios que nunca beijei
Num sexo que nunca se orgasmou
por mim com aromas de rosmaninho
Alfazema perfumes que dizes lavar
teu corpo
Que nunca me abraçou.
E perante tua imagem, foto,
sinto-me Feliz por, ainda, poder amar
Assim
Sem medo nem vergonha de mim.
CINCO
DA MANHÃ
Alma perturbada
Ou mente perturbada
Ou muita angústia
quase dor
Minhas borboletas
Cristalizaram
Sairão larvas de casulos macilentos
Descerão
Talvez por meu corpo decrépito
Mas roto de amor
Cinco da manhã
Esperando ver teu olhar
No meu ecrã
Em vão!
Serão sonhos as tuas palavras soltas ao vento
Como a lava de um vulcão?
Não sei não quero saber
... Não mentiras não!
Matam
São mortais ninguém as vê
É só dizer fingir(?)... Sim fingir...Larga-me..
Tira o açaime
Quero ladrar,
ladrar...
Até amanhecer
Mas não nas ondas desse teu olhar... A sombras
escuridão...
FRUTO
VIRTUAL
È fruto proibido amar virtualmente
Confiar
Amar sem ser amado
Desconfiar sem sofrer
Arder sem amar
Fruto proibido um sorriso
De uma cozinheira
Cor de china
Na minha já gasta retina
E não fugir
Repentina
A correr correr
Fruto é proibido
Mas na verdade
Apetecido
Por nos pertencer
CUIDADO
Hoje...não sou rebuscado
Procuro dizer muito sem
radicalizar
Mas tenho muito cuidado
Para este tema não
menstruar
O tempo ainda tem sol
A chuva não choveu
E a noite irá começar
Estrelas irão brilhar
A lua continua seu caminho
E as crianças só sabem
brincar
Afinal o que o que vou
escrever?
Nem verdade nem fantasia
Limito a leitura do sol a
morrer
E a sentir nas estrelas a sua
poesia
BEIJAR SUA DOR
Tu me dizias estar com dor
Quero beijar na dor
Correr minhas mãos em teu corpo até atingir o
orgasmo, e aliviar essa dor.
E tu admirar Oh! Meu Deus... Milagre Tudo meu
esta guardado
E tu a me dizer Abre a CAM e cura-me
Se me aperta eu falo, canto e grito, gemidos
inefáveis em teu ouvido
Gritando
Eu te amo
Rolando num leito só de amor.
Eu e tu e eu em teus braços.
Chegando bem devagar tu abraçando-me e
apertando em teu corpo branco
Amando-me
Num ato selvagem num amor mais lindo.
Tu sussurrando em meu ouvido num êxtase de
amor e me fazendo a mulher mais feliz
Num gozo;
Só te amo!
Antônio, Etónio, Tózé.
AUTO ESTRADA
Licença não pago portagem
Me deixa passear
Só a 60 à hora
Na auto estrada do teu corpo moreno
Conheço o destino: teu
rosto
Sacio a sede nos lábios mulatos
Faço rodopios nos seios redondos
E muito de mansinho beijo o umbigo
Pagando licença de chegar ao baixo ventre
Mulato
Onde um campo de flores
Espera meus dedos, sedosos, amigos,
Percorrem
O clitoris
Mulato
Deixando nele uma mesagem de ternura
Mais a sul contorno as pernas
Já rebolando... Ao som do samba orgasmado
No ritmo das costas onde duas levas montanhas decoram
O caminho dos pés
Onde paro saciado
Repouso o carro finalmente viajado
SOLIDÃO
Gelei na rua
Porque chovia
No quarto e na cama fria
AQUI NÃO CHOVIA E A RUA FICOU LÁ
FORA
É solidão
De um corpo amante
Dum hálito em meu hálito
Bater de coração em meu coração
Até tu prostituta
Aquecerias estes lençóis
Com amor vendido gemido, mas sem
alma...
Olha... Eu também me vendo
Por notas reles cheirando a tasco
Somente para perder a febre
Devorante
Desta
Mórbida
Solidão.
SUAVE
BRISA
O mar o sul e o atlântico
Rumo destes olhos aqui
desterrados
Na Ilha da Solidão
Num fim de tarde
Sem poente vermelho alaranjado
Aqui o poço é negro de luz
Apenas uma brisa suave
Levando asas coloridas de
borboletas
Pernas de gafanhotos atarefados
Ou vampiros solenemente
disfarçados
Encharcados de mentiras
Hipocrisia sorridente
Neste charco haverá ainda
ESPERANÇA AMOR POESIA?
Não
A NOITE É A MESMA DE ONTEM
E meus poemas estão rotos de
fantasia
NÃO ALIMENTAM...PROVOCAM ASIA.
Merda... ARRANQUEM A TELEVISÃO
NOTICIÁRIOS COM RATOS
NÃO MINTAM MAIS
NÃO
BASTA DE MIGALHAS QUERO UM PÃO
PARA TODOS OS DIAS...
VAMOS
SONHAR
Sou um ser Humano
Fraquezas
Fortalezas
Sonhos
Boa e má disposição
As ondas do Oceano são altas
Vamos navegar
Ter força
Para defender
O que podemos amar
A vida
O amor
A Natureza
O simples despertar com sêmen no lençol
As ondas são altas
Os Homens maus
Mas vamos nadar
Nas ondas altas
P'ra sempre regressar
Como algas
Nunca tubarões
Vamos ... Vamos sonhar...
SOU ESPUMA
Sim
Aqui estou na espuma do mar
No saltar dos golfinhos nas ondas de Netuno
Procurando um alguém de olhar de sagras
Cantar das gaivotas
Corpo de sereia sorriso de lua cheia ou calor tropical
Níveas mãos
Lá do Olímpio repara neste barqueiro
Sem leme nem remos a navegar
Em lagos de areias vermelhas
Meus versos saem de violas harpas
Meus cantos de amor
Caiem cascatas
Em poços onde não se ouve amar
PORQUE
TE AMAO
Eu não consigo entender porque te amo tanto e nunca te vi, senão
fugazmente
Como um relâmpago caindo no topo de uma arvore
Eu amo-te de forma imensa corpo alma diferenças idades
Eu amo-te de forma louca apaixonada sensual pois cada sorriso
Julgo raios de sol na minha tristeza permanente
Amo-te e desejo-te por volúpias saídas de mim correrias loucas
Num peito que nuca agarrei, nuns lábios que nunca beijei
Num sexo que nunca se orgasmou por mim com aromas de rosmaninho
Alfazema perfumes que dizes lavar teu corpo que nunca me abraçou.
E perante tua imagem, foto, sinto-me Feliz por, ainda, poder amar
Assim sem medo nem vergonha de mim.
A MEDITAR
Há
pouco
Meditava
Sem cachimbo nem uísque
Onde vivo
Quem sou
Por onde vou
E como.
Afinal com esta idade
Descobri nunca ter sido alguém
Mas uma raiz quadrada
Num calculo racional
Há pouco
Meditava
Sem cachimbo nem uísque
Onde vivo
Quem sou
Por onde vou
E como.
Afinal com esta idade
Descobri nunca ter sido alguém
Mas uma raiz quadrada
Num calculo racional
Dum sistema bancário
Entretanto
EU EXISTO?
Sim...
Sai da barriga de minha Mãe
Andei estudando
Fui militar à força
Matei numa Guerra
E...
Afinal
Dum sistema bancário
Entretanto
EU EXISTO?
Sim...
Saí da barriga de minha Mãe
Andei estudando
Fui militar à força
Matei numa Guerra
E...
Afinal
Quem sou eu?
Pai, avô, bisavô
TS declarado ou
Distraído pois não escutei
O som do bombo
Meu comandante
O general
Sistema bancário
Afinal
O sistema capitalista em sua raça
total
E
Minha verdade aquela onde não
existo
É quadro de fome, guerra,
miséria
Bons hotéis, carros de luxo,
apartamentos por liquidar
Finanças a matar a prender....
Nós aqueles que nunca passámos
De balcões slogans publicidade
Consumo consumo
Até nos endividar com o nosso
General
Afinal eu não tinha sede quando
bebi Coca Cola
Pois a água ainda pura mata a
sede.
No dia do enterro deitem-me ao
rio da minha aldeia
Cheio de jacarés...
AFINAL TUDO ACABA COMO COMEÇOU
Ontem noite
Sol de manhã
Lua volta rodeada de estrelas
Cadentes
Ou não
Decadente nem eu
Inda em rotação
Giro
No circulo
Como peão
Lá fora o sol morreu
Levando
O resto
Pouco mais de uma nuvem
Branca
Seca
Sem pingo de sumo
Laranja
Coca cola ou limão
Apenas gordura frita
Oferta
Minha à solidão...
Não consigo rezar
Sorrir
Ser simpático
Pois
A soma do já foi
Não é nem será
Mais rosa do meu jardim
BOM
DIA
Bom dia meu amor
Saudades de tu
Tenha um dia maravilhoso
Chegando bem devagar
Tu abraçando-me e apertando
Teu corpo moreno
...Me amando num ato selvagem
Num amor mais lindo.
Tu sussurando em meu ouvido
EM extase
E me fazendo O
HOMEM mais feliz!
Num gozo só
Te amo
Antônio Tózé.
A MENTIRA
A
mentira é à força da pobreza mental
A capa
de personagens inexistentes
A
sombra dos complexos
Dos
vilões
A
mentira não é doença
Mas
demência da fuga
Ao
verdadeiro
À
realidade
Afinal
qual o teu deserto paraíso?
Com sonhos?
Ou
serás um aquário de tubarões?
Teu
peito gracioso é verdadeiro?
Teus
sorrisos risos reais (?)
Sou
camuflagens da pessoa
Inventada..
.
Um
momento de reflexão:
Não és
A minha
garota, mas uma invenção.
FADO DO AMOR
PERFEITO
NÃO OUVI TUAS
palavras MAS SENTI-TE
COMO CHAMA DE UMA
VELA OU UM CIGARRO ACESO
DERRETESTE MEUS
OLHOS
MEUS SENTIDOS
COMO MUSICA DE UMA
GUITARRA
Portuguesa NUMA VOZ QUENTE
DO FADISTA
Em Alfama ou na
Moraria
E no ecran
dançamos agarrados como em tango
Vádio
As páginas do teu
corpo abriram-se numa sintonia
De confiança
E Liberdade voando
mares ondas Oceanos molhando nossos
Rostos e dedos
Num canto de
eternidade
Sintra-01-07-2012
SEM TITULO
Sinto teu suor no meu rosto
Teu peito no meu
Tua pele macia e de cor negra
É estátua viva em mim
És mulher em tudo desde o pentear
Ao traçares o pano que esconde
A escultura divina do teu corpo
Onde me embebedo com teus risos
de prata
Seios de virgem
Não me sinto teu amante
Mas irmão tão aderente a ti sem
sair de ti
Por te desejar sempre assim
Carlos Semedo
III ATITUDE
Atitude do Homem das cavernas:
Menino coma com as mãos
Atitude do homem de salão:
Menino coma com colher
Atitude da mãe negra:
Bo cuida com cobra
ATITUDE DESTAS CRIANÇAS: NENHUMA
Atitude de uma Mãe numa rua de Lisboa:
Ai menino cuidado ficas debaixo dum autocarro!
O autocarro é tão pesado para uma criança
Mas há muitas com carros de combate em cima
É tudo tão pesado para a Criança( atitude do poeta)
Não será o poeta uma eterna criança esmagado pelo peso
destes prédios de betão armado?
Não serei um panzer pesadamente imaginário
Ou mais um navio fantasma
Sim sim
Eu aqui junto à serra de Sintra
Tão difusa de mim
Sou sim .
Um navio fantasma
Rumo a um Paraiso Tropical
TROPICALISMO
Sinceramente não suporto a
solidão dos prédios
(Nem os ruídos das cidades)
Que simbolizam o peso bruto
Da heteronegidade das classes
sociais
Acreditando no significado melodioso
das folhas verdes das palmeiras
Variaveisde posição e cor
(chamado ritmo tropical)
Como poderei conseguirei cantar
pedaços de pedra betonada
Mumificadoras das multidões habitantes
de suas entranhas
Ou glorificar o asfalto mártir
dos pés e automóveis citadinos?
Um sofá onde encaixo ancas e
costas, outro para colocar os pés
Espero a inspiração o grito de
uma Musa
Estou lento e sem reflexos
Penso no que escrevo porque
rabisco o que não sinto
HORRORIZA-ME A PONTE SOBRE O TEJO
(COMENDO ESPAÇOS COM GOELAS DE AÇO)
HORIZONTES AZUIS SEM PALMEIRAS
Palmeiras, palmeiras, palmeiras
Qualquer psiquiatra ditaria:
SOFRE DE NEUROSA TROPICAL
Não
Saudade se sente se é saudade a
neurose não é porque não sabe a ausência
Quem ama a cidade é amante das
pedras e cimento
DESAMOR EM QUATRO CENAS
CENA 1
A afirmação do
amor
Só como sexo
Ficou expressa
No silêncio dos
gestos
Enquanto o mar
cantava
Cheio de vida
CENA 2
Na antecamara da
cena
Prepara-sracionalmente
A acçção, pronta
Uma mata densa
Arejada pela brisa maritima
Salpicada de gotas de espuma
Como adorno
Do cenário um sol
CENA 3
Os actores
vestidos de pessoas
Mas sombras de
Homens frustrados
Surgiram ansiosos
expectantes
fugindo da frustração
com uma mentira
e na sombra
do arvoredo pousaram
seus corpos
ofegantes nús
numa fricção
frenética
esfomeada de sentido
CENA 4
O orgasmo soou em
gargantas secas
de verdade mas com
prazer
A batalha fora
ganha
e o pénis
vitorioso saltou da vagina
húmida e num breve instante
depois de um beijo quente
Surgiu o desafio
do depois de ali
fora do cenário e
das personagens
CENA 5
Desespero do nada
Num adeus sem
retorno
Beijos quentes
desparecidos
Abandonaram os
papeis
onde limparam suas
secrecções
num chão ainda humido
de suor os
despojos seriam mais tarde
no carro do lixo enquanto
gatos e cães
percorriam
as ruas ciosos
num gesto de
vardade
Cena VI
E o oceano
escurece
enmitindo sons
de vagas
descontentes
Ante
capa
António Leite de Magalhães,
homem que ama foi e é amado mas sua grande paixão são os poemas
românticos eróticos, sempre inspirados em musas e através das quais demonstra suas paixões, erotismo, romantismo e os
orgasmos no gozo pela Beleza da vida.
Um apaixonado por
sua terra natal, BISSAU, cheio de irreverência diante de uma sociedade arcaica,
conservadora e provincianas (por parte de algumas pessoas)
Não abandonou seu
sonho maior de ver poemas publicados,
lidos , recitados e cantados por infinitos românticos , embora revertidos
pelo véu da sociedade orgulhosa e machista, deixam de falar em voz alta versos
eróticos românticos às suas amadas e público
para contradizer o ego do
ignorantismo camuflados social.
E a viola do
baladeiro um dia entoará estas memórias.
Nonata Silva
Adm. E Especialista
em gestão Financeira e Controladoria - BRASIL
Ante capa
António José Jacob
Leite de Magalhães, com um pseudónimo criado em Angola por motivos politicos,
Carlos Semedo
colaborou aí com o jornal
Diário chamado
“ABC DIÁRIO DE ANGOLA”
Numa coluna onde
defendeu o actual cardeal
Prof.dr.Alexandre
do Nascimento e outros sacerdotes.
Ganhou o
prémio Infante d.Henrtique,
internacional,
Ainda como aluno,
promoveu a obra de Oscar Ribas
Contra todos e
tudo, mas estando realizado como intelectual
Ao ver uma
Universidade com o nome dessa figura impar da Literatura de Expressão
Portuguesa.
Na Guiné, ainda
colonial, publicou um caderno com seus
Versos, e
regressado por medidas coercivas a Portugal,
E só após o dia 25
de Abril de 1974 fez parte das campanhas
De alfabetização,
teatro- no Grupo de Taetro de Mem Martins- e
Dirigiu um grupo
de declamação tipo jograis, com os quais participou em várias
Campanhas
eleitorais, já como militante e responsável no Concelho
De Oeiras
pela Propaganda, percorrendo
centenas de quilómetros.
Tem actualmente 73
anos, reside em S.Marcos-Sintra, reformado.
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