A dádiva mais rica que recebemos é sabermos criar a nossa liberdade individual e consolidarmos esse estado com coerência
sexta-feira, 13 de maio de 2016
fadas
Não acredito em contos de fada,
nem tão pouco
em Príncipe encantado,
Não te chamei príncipe
porque não achei que serias
Sempre gostei dos sapos
e quanto mais estranhos melhor,
porque só assim
estranho
para perceber outro estranho
tão
igual a si,
dois seres de outro mundo
a tentar encaixar
se
onde só há imperfeição
Pois tudo se passa
entre a noite e eu...ELLA v3- Maputo-2016
saudades saudades
..Saudades de tirar água no rio na Cabaça de meu tio Faustino....saudades da nossa velha Cubata.
Lá no nosso kimbo os candengues do barros com seus carros de latas perdiam a noção do tempo...quando o tempo não tinha tempo para agente inventávamos horas!.
Tenho saudades das nossas baladas da nossa kianda e do nosso domingo bem planeado para uma sentada familiar
saudades das nossas Carapinhas duras das nossas tranças de rastas.e as tranças de amo que a minha fazia.
Saudades meramente saudades do nosso kimbumbo do nosso funge com malundo dos nossos kimbombos de farelo de milhos.
saudades dos nossos rios onde banhavamos nus no tempo onde a pele era só uma vestimenta como dizia Mia Couto.
Saudades de ver minha mãe pisando café no pilão com o mingo na costas.
Saudades de ordenhar a vaca e fazer broas para a merenda dos cassules.
No musseque bebia-se marufo da avô Chinda
e eu bebia para esquecer a Lucinda a minha prometida que fugiu com o Matias.
Saudades das nossas muimuilas com os seios ao ar livres ai ai...que saudades tenho de Angola onde se estendia peixe para fazer bagre fumado cozinhando com feijão de óleo de palma.
saudades dos nossos panos de Congo que minha avô costurava para fazer roupas para o alambamento da minha prima Odete.
Agora aqui na cidade só me resta recordar da minha terra onde tínhamos identidade onde éramos matumbos de nascença mas éramos felizes.
Que saudade tenho da minha terra produtiva onde todos eram camponeses,lavradores e analfabéticos.
de:Ângela Maria Corrêa-Luanda-2016
MISSANGAS
MISSANGAS
E
hoje acordei,
nem do sonho nem do pesadelo,
acordei de mim
e
do que idealizei para mim,
Afinal
nem
eras tudo aquilo que eu pensei
e
hoje o que quero
não é um coração a bater
dentro do peito,
mas
um coração em pedaços
para
fazer colar como as missangas,
e se te ouvir chorar
transformar tuas lágrimas em cristal
fazer
delas um par de brincos
O que sobrar de ti
transformar
apenas
em montes de papel...
Ou numa parede, talvez.
ELLA
V3- MAPUTO 2016
SEM MEDO DO AMOR
Sem medo do Amor
Falei da minha monotonia
da minha sintonia,
e do meu ninho vazio
onde nem os pássaros querem poisar.
Quando as canções de cazuza tocavam
não dava mais para conter as lagrimas
e os vizinhos reclamavam
dos meus choros de bebé,
e dos meus gritos de ópera.
Perdi a cabeça, a sensatez
e ate o amor próprio quando amei
ou amo...os tempos são imprevisíveis.
Escolhi capim com orvalhos,
as rosas me lembravam o amor.
Quis musicas de gospel,
As sertanejas lembravam-me as historias
tristes que me afastavam de Deus,
Falei da minha monotonia
da minha sintonia,
e do meu ninho vazio
onde nem os pássaros querem poisar.
Quando as canções de cazuza tocavam
não dava mais para conter as lágrimas
e os vizinhos reclamavam
dos meus choros de bebé,
e dos meus gritos de ópera.
Perdi a cabeça, a sensatez
e ate o amor próprio quando amei
ou amo...os tempos são imprevisíveis.
Escolhi capim com orvalhos,
as rosas me lembravam o amor.
Quis musicas de gospel,
As sertanejas lembravam-me as historias
tristes que me afastavam de Deus,
e as folhas secas eram velhas
tal como as narrações de pepetela.
Não eram dores de uma poetisa,
como eu queria fazer o espectáculo
mas ridículo e falar de amor aos seus ouvidos,
sem decorar palavras, nem improvisar as confecções...
Queria levar por emprestado as estrelas do céu
e chama-la cada estrela pelo seu próprio nome.
Declamaria poemas aquelas que eu sei decora
de Ângela Caboz, ou de PAULA OZ,
talvez as minhas...se eu ainda souber falar.
Ao lado do jardim somos nós as flores,
e as folhas secas eram velhas
tal como as narrações de pepetela.
Não eram dores de uma poetisa,
como eu queria fazer o espectáculo
mas ridículo e falar de amor aos seus ouvidos,
sem decorar palavras, nem improvisar as confecções...
Queria levar por emprestado as estrelas do céu
e chama-la cada estrela pelo seu próprio nome.
Declamaria poemas aquelas que eu sei decora
de Ângela Caboz, ou de PAULA OZ,
talvez as minhas...se eu ainda souber falar.
Ao lado do jardim somos nós as flores
ÂNGELA CORREA- LUANDA-2016
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