sexta-feira, 27 de novembro de 2015

nova poesia africana de expressão portuguesa


Me coloquei em frente de um espelho e vi um corpo deformado, peles descidas pela diferença de 20 kg desaparecidos, uma barriga inchada ainda pelos divertículos, testículos dependurados forma saco de café, rugas em nada correspondendo a imagem vendida no Facebook como um Don Juan ainda galã, garanhão (isso talvez ainda pelo hábito, que aqui faz o monge) e me recordei da minha amiga deitada num chaise longue junto à piscina, ela ainda sexy, e num papel escrevi este poema como um ato de verdade. Afinal estamos vivos mesmo na ponta final!



                                 Amor sexagenário



As gordas são Mulheres

As sexagenárias também,

Amam, sofrem orgasmos de amor e respeito

 Mesmo virtual.

Foi doce amar-te sentir-te na camara nua

 Para mim, com teus peitos caídos

 Sucos de mel por adoçar meus lábios,

 Separados pela distância,

Mas juntos no gesto de uma masturbação sofrida,

 Desajeitada,

Mas dela surtiu, nasceu o amplexo

Num grito de prazer,

 Entrou em mim também.

 Em gesto semelhante me molhei



CARLOS SEMEDO-LISBOA-2015

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