domingo, 29 de maio de 2016

crm



C
Crm
Senti-te tão frágil
           Insegura
Como gazela perdida no mato
     Pensei levar-te ao meu mundo de fantasia
Mas também sou homem
            Retrai-me escondendo
o pensamento na capa do receio de magoar
Tive medo
     Sou estupidamente banal    
             Ridículo engolindo palavras belas
nascidas num cérebro inquieto visionista
Cobardemente neguei-me
             Aceitar a tua ânsia cansaço
                ausência do Amor
Ainda te mostrei palavras nuas inseguras
Para nelas apoiar as tuas franzinas nervosas
Entre sorrisos forçados
                     estranhamente sós
saquei poemas teus de textos sabendo a sal
                           Talvez não haja poesia
Talvez ontem não houvesse poema
Talvez, sabes, talvez
        Tudo fosse esconder menos a ternura
Do desejo de pegar teu queixo suavemente
                      E beijar teus lábios inquietos                                                                                                     como embalando uma criança para adormecer

(CARLOS SEMEDO-LISBOA-2016)

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